' '' Síntese crítica do livro: “Pedagogia da Terra: Ecopedagogia e Educação Sustentável” | Revista Rondoniense de Pedagogia

03/04/2015

Síntese crítica do livro: “Pedagogia da Terra: Ecopedagogia e Educação Sustentável”


Esse artigo consiste na síntese crítica do livro: “Pedagogia da terra: ecopedagogia e educação sustentável” do autor Moacir Gadotti que consiste em uma seleção de informações de diversos autores para reflexão sobre a temática da Educação ambienta e qual a prática ideal para o Pedagogo na sala de aula.

A síntese inicia verificando alguns aspectos quanto a Pedagogia da terra com ênfase a ecopedagogia e educação sustentável, o que também requer que seja analisado o contexto da sociedade atual com respeito as eras que são vivenciadas e seus impactos a educação e ao estilo de vida da sociedade hoje.

Este trabalho aborda traz algumas reflexões do autor sobre a educação do futuro que para ele, consiste na Pedagogia da práxis no qual estabelece algumas categorias para a análise das perspectivas atuais, além dos princípios pedagógicos para uma sociedade sustentável.

Essa síntese aborda ainda a consciência ecológica, a ecopedagogia, ecoformação, o movimento pedagógico e a abordagem curricular bem como um breve comentário a cerca da demanda dos povos à proclamação dos direitos da terra, neste caso a tão estimada ‘carta da terra’.  A síntese se encerra com algumas considerações sobre a planetaridade, a globalização da cidadania e o movimento pela ecopedagogia.

1 PEDAGOGIA DA TERRA: ECOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO SUSTENTÁVEL

Moacir Gadotti, professor titular da Universidade de São Paulo, diretor do Instituto Paulo Freire e autor de várias obras reuniu diversas reflexões advindas de diferentes debates ocorridos em encontros, congressos e conferências referentes à temática ‘educação ambiental’ que serão o foco desta análise.

1.1 O CONTEXTO DA SOCIEDADE ATUAL: AS ERAS E SEUS IMPACTOS

Gadotti (2001) inicia as discussões falando sobre o mundo atual e o define como sendo parte de algumas eras que podem ser apresentadas pela ilustração a seguir:


Ilustração 1. Eras da Sociedade atual segundo Moacir Gadotti:

Sobre a era do exterminismo, não se trata de radicalismo do autor, afinal, a humanidade está se destruindo não por armas nucleares, guerras ou epidemias, mas pela corrida desenfreada da industrialização a priorização do lucro reforçado pelo sistema econômico vigente, o capitalismo.

O autor comenta as palavras de Schmied-Kowarzik, (1999, p. 6) quando afirma que “A possibilidade da autodestruição nunca mais desaparecerá da história da humanidade. Daqui para a frente todas as gerações serão confrontadas com a tarefa de resolver este problema”.

Neste caso, embora a população não preserve o meio ambiente por justificativas nada plausíveis como “quando a água acabar não estarei mais vivo mesmo” ou ainda “o progresso justifica a exploração dos recursos naturais, é um mal necessário”, tais afirmações representam uma verdadeira tragédia, e as gerações futuras irão arcar com as agressões do meio ambiente e talvez aprendam como lidar com o progresso com uma visão mais sustentável.

Uma resposta para essa justificativa se resume ao fato de que muitos não estarão aqui, mas estarão seus filhos, netos, bisnetos, para não mencionar o comprometimento do futuro da humanidade. Os fins não justificam os meios quando o assunto é o meio ambiente, porque na verdade, não há como compensar a natureza com obras de concretos, obras de compensação na verdade, não podem abalizar-se aos recursos naturais, principalmente os não renováveis.

Gadotti (2001) acredita que é necessário que atitudes sejam tomadas enquanto há tempo e não se refere somente as entidades ambientais como únicas responsáveis pela preservação, mas ainda a “[...] ecologizar a economia, a pedagogia, a educação, a ciência, etc”. (p. 81).

Gadotti (2001) atribui a era do capitalismo o poder destrutivo mais negativo que existe para a natureza. O capitalismo aumentou mais a capacidade de destruição da humanidade do que o seu bem-estar e prosperidade. As realizações concretas do socialismo seguiram na mesma esteira destrutiva colocando em risco não apenas a vida do ser humano mas de todas as formas de vida existentes sobre a Terra.

Tais afirmativas levaram o autor a concordar com Elmar Altvater quando afirma que “hoje a questão social pode ser elaborada adequadamente apenas como questão ecológica” (1992, p. 18), diante dessa afirmativa, não há como pensar no bem estar social, sem que a questão ambiental esteja inserida nesse contexto do bem estar ou de transformação.

O capitalismo influencia o ser humano a destruir cada vez mais o ambiente em que vive, não se trata de sobrevivência, conforto ou bem estar e sim de agredir o meio de forma que prejudique a existência sobre a terra, neste caso, a era da globalização, o exterminismo e do capitalismo são indissociáveis e catastróficas.

Outro destaque que caracteriza o cenário mundial é a era da informação, responsável pela dinâmica de sociedade e informação que surge em tempo real e afeta o planeta, quase que instantaneamente. Gadotti (2001) discorre sobre a globalização de alguns setores que podem ser explicitados pela ilustração a seguir:

     Ilustração 2. Cenário da era da globalização

Dessa forma, Gadotti (2001) apresenta alguns componentes do cenário mundial, afinal a sociedade encontra-se envolta desses processos e tudo está ligada ao meio ambiente, afinal, o avanço da tecnologia, a globalização da economia e industrialização, assim como a informação e afins mostram o contexto atual.

2 EDUCAÇÃO DO FUTURO: PEDAGOGIA DA PRÁXIS E CATEGORIAS PARA A ANÁLISE DAS PERSPECTIVAS ATUAIS

            É nesse contexto de vigência do capitalismo, na era da globalização e informação que surge a necessidade pensar a educação do futuro. Gadotti (2001) afirma que para iniciar esse pensar é necessário fazer alguns questionamentos, sobre as categorias que pode explicar essa educação. O autor destaca algumas dessas categorias, são elas:

As categorias “contradição”, “determinação”, “reprodução”, “mudança”, “trabalho” e “práxis”, aparecem freqüentemente na literatura pedagógica contemporânea, sinalizando já uma perspectiva da educação, a perspectiva da pedagogia da práxis. Essas são categorias consideradas clássicas na explicação do fenômeno da educação. Elas se constituem um importante referencial para a nossa prática. (GADOTTI, 2001, p. 82).

Gadotti (2001) aponta cinco categorias para análise mais freqüentes na literatura pedagógica e que podem auxiliar na compreensão das perspectivas atuais de educação que pode ser apresentas pela ilustração a seguir:

          Ilustração 3. Categorias de análise das perspectivas atuais de educação

As categorias apresentadas por Gadotti (2001) problematizam muitas interrogações que possibilitam abertura de diversos caminhos alternativos, como é o caso do Planetaridade:

A Terra é um “novo paradigma” (Leonardo Boff). Que implicações têm essa visão de mundo sobre a educação? O que seria uma ecopedagogia (Francisco Gutiérrez) e uma ecoformação (Gaston Pineau)? O tema da cidadania planetária pode ser discutido a partir desta categoria. Podemos nos perguntar com Milton Nascimento: “para que passaporte se fazemos parte de uma única nação?”. Que conseqüências podem tirar para alunos, professores e currículos?

Nesse contexto da planetaridade é possível que o pedagogo leve aos seus alunos a questão da totalidade a sua disposição, a importância de pequenas atitudes, mas que unidas a outras podem trazer um grande diferencial. O mundo precisa pensar a forma como compreende e pensa a educação diante da demanda que lhe é requerida.

A ecopedagogia pode trazer através de ações no espaço escolar que possa agir como educação transformadora, na qual o aluno aprende a interceder para e com a ecologia e preservação do meio ambiente.
A questão referente ao currículo fomenta discussões antigas e que merecem enfoque quanto a temática da educação ambiental, afinal, será que o currículo propõe realmente uma educação para o futuro? Será que existe uma consciência planetária que realmente possa ser consolidada?

 Segundo a Gadotti (2011, p. 83) sobre a categoria ‘Sustentabilidade’ define a sua origem a partir da perspectiva da economia e ecologia e possibilita alguns questionamentos, sobre o tema da sustentabilidade, sabe-se que:

 [...] originou-se na economia (“desenvolvimento sustentável”) e na ecologia, para inserir-se definitivamente no campo da educação, sintetizada no lema “uma educação sustentável para a sobrevivência do planeta”, difundido pelo Movimento pela Carta da Terra na Perspectiva da Educação e pela Ecopedagogia. O que seria uma cultura da sustentabilidade? Esse tema deverá dominar muitos debates educativos das próximas décadas. O que estamos estudando nas escolas? Não estaremos construindo uma ciência e uma cultura que servem para a degradação e deterioração do planeta?

Assim sendo, diante desses questionamentos, sabe-se que a ideia central da sustentabilidade parte do uso de recursos naturais de forma responsável e visando a sobrevivência do planeta. Portando, esse tema está ligado a ‘Virtualidade’, essa categoria por sua vez:

[...] implica toda a discussão atual sobre a educação à distância e o uso dos computadores nas escolas (Internet). A informática, associada à telefonia, nos inseriu definitivamente na era da informação. A informação deixou de ser uma área ou especialidade para tornar-se uma dimensão de tudo, transformando profundamente a forma como a sociedade se organiza, inclusive o modo de produção. Quais as conseqüências para a educação, para a escola, para a formação do professor e para a aprendizagem? Conseqüências da obsolescência do conhecimento. Como fica a escola diante da pluralidade dos meios de comunicação? Eles nos abrem os novos espaços da formação ou irão substituir a escola? (GADOTTI, 2011, p. 83).

Essa dimensão mais abrangente sobre a informação influi na organização da sociedade, seu modo de vida, isso certamente traz a tona reflexões sobre como a informação influi na educação, neste caso, adentra outros elementos, não apenas a formação do aluno, mas do professor.

Cabe analisar outras duas categorias, igualmente relevantes, como a globalização e a transdisciplinaridade que também possibilita reflexões importantes e que precisam ser analisadas diante de sua relevância, visto que essas duas categorias representam processos que afetam diferentes as esferas da sociedade.

O processo da globalização está mudando a política, a economia, a cultura, a história... portanto também a educação. É uma categoria que deve ser enfocada sob vários prismas. O global e o local se fundem numa nova realidade: o “glocal”. Para pensar a educação do futuro, precisamos refletir sobre o processo de globalização da economia, da cultura e das comunicações.Embora com significados distintos, certas categorias, muito próximas da transdisciplinaridade, como transculturalidade, transversalidade, multiculturalidade e outras, também indicam uma nova tendência na educação, que será preciso analisar. Como construir interdisciplinarmente o projeto político-pedagógico da escola? Como relacionar multiculturalidade, educação para todos e currículo? Como encarar o desafio de uma educação sem discriminação étnica, cultural, de gênero? (GADOTTI, 2011, p. 83).

Diante do exposto, fica claro que o processo de globalização afeta as esferas da economia, cultura, política e ainda as esferas sociais e culturais da sociedade, o que certamente traz muitas perspectivas diferentes de prismas importantes. No que se refere a transdisciplinaridade representam tendências que precisam ser consideradas já que estão sendo ampliadas no decorrer do milênio. A questão da escola e da proposta da transdisciplinaridade resguarda grave complexidade.

3 PRINCÍPIOS PEDAGÓGICOS PARA UMA SOCIEDADE SUSTENTÁVEL

Moacir Gadotti (2011) afirma que para entender o que é ecopedagogia é necessário começar explicitar o que é pedagogia e o que é sustentabilidade e para estabelecer as diferenças, utiliza das obras de Francisco Gutiérrez e Daniel Prieto (1994) sobre a “mediação pedagógica”, os autores definem pedagogia como o trabalho de promoção da aprendizagem através de recursos necessários ao processo educativo no cotidiano das pessoas.

Para eles, a vida cotidiana é o lugar do sentido da pedagogia, pois a condição humana passa inexoravelmente por ela. A mídia eletrônica, nos interliga ao mundo todo, mas não anula esse lugar, pois “a revolução eletrônica cria um espaço acústico capaz de globalizar os acontecimentos cotidianos”.

Gadotti (2001) comenta as ideias de Francisco Gutiérrez (1996) que acredita que parece ser impossível construir um desenvolvimento sustentável sem uma educação para o desenvolvimento sustentável. Para ele, o desenvolvimento sustentável requer quatro condições básicas, conforme ilustrado a seguir:

            Ilustração 4. Condições básicas para o desenvolvimento sustentável

 3.1 CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA, ECOPEDAGOGIA E ECOFORMAÇÃO

Gadotti (2001) enfatiza o os temas “ecopedagogia” de Francisco Gutiérrez, da “ecoformação” de Gaston Pineau e da “consciência ecológica” de Edgar Morin. Como afirma Edgar Morin, “a consciência ecológica levanta-nos um problema duma profundidade e duma vastidão extraordinárias. Temos de defrontar ao mesmo tempo o problema da Vida no planeta Terra, o problema da sociedade moderna e o problema do destino do Homem. Isto obriga-nos a pôr novamente em questão a própria orientação da civilização ocidental.

Gadotti (2001) comenta ainda a exploração da problemática da autoformação que Gaston Pineau criou o neologismo “ecoformação” nos anos 80, relacionado-o às histórias de vida das pessoas. Experiências cotidianas aparentemente insignificantes como uma corrente de ar, um sopro de respiração, a água da manhã na face- fundamentam as relações com si próprio e com o mundo. A tomada de consciência dessa realidade é profundamente formadora. O meio ambiente forma tanto quanto ele é formado ou deformado.

3.1.1 Ecopedagogia: movimento pedagógico e abordagem curricular

Gadotti considera indispensável a reflexão a cerda da ecopedagogia, por isso contextualiza alguns aspectos quando fala sobre a origem da palavra e dessa concepção em si. A palavra ecologia foi criada em 1866 pelo biólogo alemão Ernst Haeckel (1834-1919), como um capítulo da biologia, para designar o estudo das relações existentes entre todos os sistemas vivos e não-vivos entre si e com seu meio ambiente. (GADOTTI, 2001).

Hoje podemos distinguir 4 grandes vertentes da ecologia: a ecologia ambiental que se preocupa com o meio ambiente-, a ecologia social que insere o ser humano e a sociedade dentro da natureza e propugna por um desenvolvimento sustentável-, a ecologia mental ou profunda que estuda o tipo de mentalidade que vigora hoje e que remonta a vida psíquica humana consciente e inconsciente, pessoal e arquetípica-, e a ecologia integral -que parte de uma nova visão da Terra surgida quando, nos anos 60, ela pôde ser vista de fora pelos Astronautas.

4 DA DEMANDA DOS POVOS À PROCLAMAÇÃO DOS DIREITOS DA TERRA

Gadotti (2011) comenta sobre a demanda dos povos à proclamação dos direitos da terra baseada em princípios e valores fundamentais, que nortearão pessoas e Estados no que se refere ao desenvolvimento sustentável, a Carta da Terra servirá como um código ético planetário. Uma vez aprovada pelas Nações Unidas por volta de 2002, a Carta da Terra será o equivalente à Declaração Universal dos Direitos Humanos no que concerne à sustentabilidade, à eqüidade e à justiça.

4.1 CARTA DA TERRA

O projeto da Carta da Terra inspira-se em uma variedade de fontes, incluindo a ecologia e outras ciências contemporâneas, as tradições religiosas e as filosóficas do mundo, a literatura sobre ética global, o meio ambiente e o desenvolvimento, a experiência prática dos povos que vivem de maneira sustentada, além das declarações e dos tratados intergovernamentais e não-governamentais. Entre os valores de referência podem ser apresentados pelo quadro abaixo:

Ilustração 5. Valores de referência da carta da terra
1. Respeito à Terra e à sua existência.
7. A distribuição eqüitativa dos recursos da Terra.
2. A proteção e a restauração da diversidade, da integridade e da beleza dos ecossistemas da Terra.
8. A participação democrática nos processos de decisão.
9. A igualdade de gênero.
3. A produção, o consumo e a reprodução sustentáveis.
10. A responsabilidade e a transparência nos processos administrativos.
4. Respeito aos direitos humanos, incluindo o direito a um meio ambiente propício à dignidade e ao bem-estar dos humanos.
11. A promoção e aplicação dos conhecimentos e tecnologias que facilitam o cuidado com a Terra.
12. A educação universal para uma vida sustentada.
5. A erradicação da pobreza.
13. Sentido da responsabilidade compartilhada, pelo bem-estar da comunidade da Terra e das gerações futuras.
6. A paz e a solução não violenta dos conflitos.

Fonte: Adaptado de Gadotti, 2001, p. 101.

A Carta da Terra a será proclamada pelas Nações Unidas, dando prosseguimento aos compromissos assumidos pelos Povos, Nações, Estados e Sociedade Civil, na Rio-92, tanto no Fórum Global quanto na UNCED (United Nations Conference on Environment and Development).

Entretanto, todos os esforços nesse sentido pouco adiantarão se a Carta da Terra representar apenas um conjunto de princípios elaborados por especialistas, negociados politicamente pelos governos e proclamados solenemente.

É necessário que a Carta seja, acima de tudo, vivenciada no cotidiano das pessoas. Para que isso aconteça de fato, é fundamental o processo coletivo de educação, sistemático e organizado, que nos assegure que o maior número possível de cidadãos do planeta.

Assim sendo, que não apenas tenha tomado conhecimento do conteúdo da Carta, mas tenha participado ativamente da sua elaboração e tomado consciência de que um futuro saudável da Terra depende da criação de uma cidadania planetária.

Os seres com os quais compartilhamos o planeta. Como construir na prática essa ética integral sem um processo educativo? Isso exige certamente uma nova compreensão do papel da educação, para além da transmissão da cultura e da aquisição do saber.

 Implica na construção de novos valores e novas relações. “Nosso futuro comum” depende de nossa capacidade de entender hoje a situação dramática na qual estamos devido à deterioração do meio ambiente. E isso passa por um processo de conscientização planetária.

5 PLANETARIDADE E GLOBALIZAÇÃO DA CIDADANIA

A cidadania sem democracia embora possa haver exercício não democrático da cidadania. A democracia fundamenta-se em três direitos: direitos civis (como segurança e locomoção); direitos sociais (como trabalho, salário justo, saúde, educação, habitação, etc.); direitos políticos (como liberdade de expressão, de voto, de participação em partidos políticos e sindicatos, etc.).

Educar para a cidadania planetária supõe o desenvolvimento de novas capacidades, tais como:
1) sentir, intuir, vibrar emocionalmente (emocionar);
2) imaginar, inventar, criar e recriar;
3) relacionar e inter-conectar-se, auto-organizar-se;
4) informar-se, comunicar-se, expressar-se;
5) localizar, processar e utilizar a imensa informação da ‘aldeia global’;
6) buscar causas e prever conseqüências;
7) criticar, avaliar, sistematizar e tomar decisões;
8) pensar em totalidade (holisticamente).

5 MOVIMENTO PELA ECOPEDAGOGIA

Em julho de 1999, com base na obra de Francisco Gutiérrez e na consulta a vários membros do Instituto Paulo Freire, elaborei uma primeira minuta de referência da “Carta da Ecopedagogia”. Os participantes do Encontro Internacional, durante três dias, debateram esta nova versão da Carta, fizeram muitas sugestões e criaram o “Movimento pela Ecopedagogia”, indicando o Instituto Paulo Freire para secretariá-lo.

A minuta da “Carta da Ecopedagogia”, por indicação dos participantes daquele Encontro, continua como um documento aberto, um instrumento de trabalho para a construção de uma pedagogia da Terra. Para dar prosseguimento ao debate, incluo-a neste texto.

6 CONCLUSÃO

Foi possível notar que o capitalismo está associado a destruição do planeja e anula muitas tentativas de diversos setores da sociedade para promoção da sustentabilidade, contudo, embora muitas ações não tenham sucesso, não há como fugir do desgaste causado pela humanidade, assim sendo, logo as gerações futuras irão confrontar os impactos ambientais provenientes do estilo de vida da sociedade atual.

Não há como apenas observar os recursos naturais sendo explorados ou desperdiçados, é necessário mais que a reflexão sobre o meio ambiente e sim ações para efetuar mudanças nas atitudes da população de modo geral, desde o executivo de grandes indústrias até o aluno que aprende que o papel deve ser jogado no lixo, ou seja, a educação ambiental surge num contexto de mudanças e de transformação do meio ambiente.

A práxis refere-se a união da teoria da prática pedagógica e nesse contexto significa dizer que a educação do futuro é aquela que forma o indivíduo não apenas como mero acúmulo de informações sobre sustentabilidade e preservação do meu ambiente, mas a contribuir diretamente e utilizar o conhecimento que possui em favor da preservação do recursos naturais e outras ações em prol do desenvolvimento saudável do ambiente.

Notou-se que a ecopedagogia é uma grande aliada de ações para serem realizadas no espaço escolar, através dela o Pedagogo pode formar o aluno através da educação transformadora, na qual o aluno aprende a interceder para e com a ecologia e preservação do meio ambiente.  Contudo, foi possível perceber que a ecoformação tem uma influência muito grande já que o professor precisar ser preparado para pensar a educação ambiental antes de mediá-la para o educando, primeiro precisa ser formado para formar para educação do futuro.

O diálogo entre Moacir Gadotti e os autores que se uniram ao precoce de reflexão quanto as possibilidades da educação ambiental possibilitou a compreensão de como a vida cotidiana do aluno pode trazer um sentido a Pedagogia e as ações do ‘educador ambiental’, uma vez que as bases da formação representam um grande diferencial para o aluno enquanto ser consciente da preservação do meio ambiente, para a sustentabilidade e consciência planetária.

RERERÊNCIAS

ALTVATER, Elmar. O preço da riqueza: pilhagem ambiental e a nova (des)ordem mundial. São Paulo: UNESP, 1992.

GADOTTI, Moacir.  Pedagogia da Terra. São Paulo: Petrópolis, 2001.

GUTIÉRREZ, Francisco e Cruz Prado Ecopedagogia e cidadania planetária São Paulo: Cortez, 1999.

GUTIÉRREZ; Francisco; DANIEL, Prieto. La mediación pedagogica para la educación popular. San José: Radio Nederland Training Centre, ICEALA/ILPEC, 1994.

MORIN, Edgar; KERN, Anne. Consciência ecológica. Paris: Seuil, 1993.

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