' '' Alienação no cotidiano escolar: O professor alienado. | Revista Rondoniense de Pedagogia

03/04/2015

Alienação no cotidiano escolar: O professor alienado.


Por Valdineia Barreto*

O que é alienação? Para obter uma visão mais ampla sobre o que é a alienação é necessário analisar pelo menos três conceitos que abordam esse processo. Para Marx (1983), a alienação humana está relacionada a falta de objetivos em alcançar alguma meta. Foi o primeiro teórico a abordar o termo que surgiu no contexto do processo de produção da época. Max afirma que a alienação ocorre há uma relação do processo de produção que impede e constrange a realização do trabalho como “objetivação”, ou seja, como realização da natureza humana.

         Fromm (1983, p. 50) afirma que:

O conceito do homem ativo e produtivo, que compreende e controla o mundo objetivo com suas próprias faculdades, não pode ser plenamente entendido sem o conceito de negação da produtividade: a alienação.

No cotidiano escolar, a alienação é definida por Vasconcelos (2003), como sendo o processo de desinteresse do professor ou a dificuldade de ver significado no quer fazer pedagógico, ou seja, não há participação ativa do professor nos métodos de ensino, definidos pelo autor como “metodologia passiva”, neste caso, a aula não é envolvente.

Quando o professor não tem compreensão do seu trabalho na complexidade que implica, está alienado do seu quefazer pedagógico: foi expropriado do seu saber, situação esta que o desumaniza, deixando-o à mercê de pressões, de ingerências, de modelos que são impostos como “receitas prontas”, impossibilitando um trabalho significativo e transformador, levando-o ao desgaste, ao desanimo... Analogamente ao operário na fábrica, que não mais domina o seu fazer como artesão dominava, encontra-se o professor em relação à sua atividade pedagógica. (VASCONCELLOS, 2004, p. 25).

Portanto, o professor alienado é aquele está alienado pela falta de compreensão e domínio nos vários aspectos da tarefa educativa: ao educador falta clareza com relação à realidade dos alunos, falta clareza quanto à sua ação em sala de aula.

Assim, falta uma visão de realidade e de finalidade, fica difícil para o educador operacionalizar alguma prática transformadora, já que não sabe onde está, nem para onde quer ir.

O ato de planejar é muito importante e inclui tanto a previsão das atividades didáticas em termos da sua organização e coordenação em face dos objetivos propostos, quanto a sua revisão e adequação no decorrer do ensino.

Quanto a receita pronta, a submissão do docente somente as orientações do livro didático é um exemplo. Ao invés de planejar uma aula segundo o perfil dos alunos, ele utiliza o livro didático que normalmente é alheio à realidade do aluno, é uma receita pronta e segue um currículo geral a partir de modelos impostos e não flexibilizado para ter significado para o aluno.

(*Este artigo foi escrito para este site, mas pode ser reproduzido de forma parcial ou total desde que haja as devidas referências aos autores).

Sugestão de referências:

COELHO, Valdineia Barreto. Alienação no cotidiano escolar: O professor alienado. Porto Velho: Universo Pedagogia, 2014. Disponível em: <http://www.universopedagogia.com/2014/12/alienacao-no-cotidiano-escolar-o.html>.
REFERÊNCIAS

COELHO, Valdineia Barreto. Alienação no cotidiano escolar: O professor alienado. Porto Velho: Universo Pedagogia, 2014. Disponível em: <http://www.universopedagogia.com/2014/12/alienacao-no-cotidiano-escolar-o.html>.

FROMM, Erich. O Conceito Marxista do Homem. 8ª edição, Rio de Janeiro, Zahar, 1983.

MARX, Karl. Manuscritos Econômico Filosóficos. In: FROMM, Erich. O Conceito Marxista do Homem. 8ª edição, Rio de Janeiro, Zahar, 1983.

VASCONCELLOS, Celso dos S. Coordenação do Trabalho Pedagógico: do projeto político-pedagógico ao cotidiano da sala de aula, 4a ed. São Paulo, Libertad, 2003.


VASCONCELLOS, Celso dos S. Coordenação do Trabalho Pedagógico: do projeto político-pedagógico ao cotidiano da sala de aula, 4a ed. São Paulo, Libertad, 2004.

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